sábado, 27 de julho de 2013

Manual do bom senso

  Alguns ensinamentos aos otários, babacas, estúpidos, imbecis e idiotas:

- só porque você e sua família não foram torturados não significa que a ditadura foi boa, otário.
- por mais que a cultura dos outros não seja a mesma que a sua é tudo cultura e merece respeito, babaca!
- não é porque ele nasceu na favela que ele não presta, estúpido.
- as pessoas são corrompidas pelo sistema sim, você mesmo foi, capitalista imbecil.
- só porque você teve oportunidades e tem uma vida boa a meritocracia é um sistema digno? não, idiota!

Que desabafo mais relaxante! 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Onde está Amarildo?

''na obra, no túnel de um bilhão
nos 6 filhos pra desenhar o destino
na pacificação do rebanho
nas pálpebras ajoelhadas da vó que reza e não dorme
no sorriso maciço da alta patente
na angústia do que virá quebrar o cadeado do peito
no sorriso lacrimogêneo do amiguinho xerife
na apostila de todo ano pro concurso do cassetete
na masmorra, o balde encharcando a farda que não desceu o chicote''
Allan da Rosa
http://revistaforum.com.br/abeiradapalavra/2013/07/25/onde-esta-amarildo-3/

Registro de nada

Foto
Foto, foto
Foto, foto, foto
Foto, foto, foto, foto
Empapelando lembranças medíocres
Nem notou, nem sentiu
Só apertou um botão
O momento não era vivido, era só transformado em imortal
Sem pulsação, sem memória
Só virou papel
Pra um futuro que não chegaria

Minh'alma

Tem uns dias esquisitos, dias em que não se quer nada. Não quer conversa, não quer sair, não quer se divertir, não quer ser triste, não quer inventar, não quer mudar. Quer é ficar só. Mas um só bom, pra se encontrar, pra ficar perto de si. 
Na verdade são dias em que se quer sim. Quer se isolar, quer pensar na vida, quer refletir, quer ter esperanças, quer sentir um pouco de si mesmo. São dias estranhos, não são bonitos nem feios, não são divertidos nem chatos. 
Nesses dias não se aceita um amor, não se deseja presentes, não se quer companhia. É dia de desapego de tudo, menos de si. 
Dias para ver o pôr-do-sol, sentir o vento, mergulhar no mar, escalar uma montanha ou fazer pedidos às estrelas. 
São dias para colocar os ponteiros no lugar e continuar. Ou não colocar nada no lugar e continuar mesmo assim. 
É tempo de pensar quieto, falar baixinho, sonhar grande. 
Isso que eu chamo de tirar um tempo só pra mim.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

                                                      da série Bodyscapes 
                                                    por Jean Paul Bourdier 

''Nossa liberdade é parcial, todos sabem. Não me refiro ao país, e sim à nossa liberdade individual, minha e sua. Sempre que toco nesse assunto me vem à cabeça aquela frase que citei outras vezes: 'O máximo de liberdade que podemos almejar é escolher a prisão em que queremos viver.' É isso aí. E quais são essas prisões? Pode ser um casamento, ou, ao contrário, um compromisso com a solidão. Pode ser um emprego ou uma cidade que não conseguimos abandonar. Pode ser a maternidade. Pode ser a política. Pode ser o apego ao poder. Enfim, todas as nossas escolhas, incluindo as felizes, implicam algum confinamento, em alguma imobilidade, e não há nada de errado com isso, simplesmente assim é a vida, feita de opções que nos definem e nos enraízam.
Mas às vezes exageramos. Costumamos nos acorrentar também a algumas certezas e pensamentos como forma de dizer ao mundo quem somos. É como se redigíssemos uma constituição própria, para através dela apresentar à sociedade nossos alicerces: sou contra o voto obrigatório, sou a favor da descriminação das drogas, sou contra a pena de morte, sou a favor do controle de natalidade, sou contra a proibição do aborto, sou a favor das pesquisas com célula-tronco. Esse é apenas um exemplo de identidade que forjamos ao longo da vida. Você deve ter a sua, eu tenho a minha.
Dá uma segurança danada saber exatamente o que queremos e o que não queremos, no que cremos e no que desacreditamos. Mas onde é que está escrito, de fato, que temos que pensar sempre a mesma coisa, reagir sempre da mesma forma?
Ao trocar de opinião ou de hábitos, infringimos nossas próprias regras e passamos adiante uma imagem incômoda: a de que não somos seres confiáveis. As pessoas à nossa volta já haviam aprendido tudo sobre nós, sabiam lidar como nossos humores e nossos revezes, estava tudo dentro do programa e, de repente, ao mudarmos de idéia ou fazermos algo que nunca havíamos feito, subvertemos a ordem natural das coisas.
Quando visito algumas escolas, encontro estudantes um pouco assustados com as escolhas que farão e que lhe parecem definitivas. Tento aliviá-los: pensem, repensem, mudem quantas vezes vocês quiserem, é permitido voltar atrás. Digo isso porque eu mesma já reprimi muito meus movimentos, minhas alternâncias, numa época em que eu achava que uma pessoa séria tinha que morrer com suas escolhas. Ainda há quem considere leviana a pessoa que se questiona e se contradiz, mas já bastam as prisões necessárias - para que cultivar as desnecessárias?
Optei pelas medidas provisórias. Por isso, todos os anos eu faço uns picotes na minha constituição imaginária e jogo os pedacinhos de papel pela janela: é assim que comemoro o Dia da Independência. Da minha.''


Martha Medeiros

A dor dos que se doem de verdade

Ver a dor da rua não incomoda,
é só o lamento de pobres, de pretos.
O que dói é não ganhar um Iphone 
não viajar para Roma
não sair sexta à noite.
Dorme que a fome passa
faz da PM sua sombra
vai trabalhar, vagabundo!
Onde não tem asfalto não chega futuro
não chega jornalista
não chega respeito.
Mas quem sofre sou eu, é você.
Não atirem nas cidades!
Lugar de tiro é na favela,
bala de borracha nunca se viu ali.
O que dói é morar na Paulista
é fazer faculdade
é ter uma vida inteira pela frente.
Dor é ver desgraças no Leblon,
na Maré é só mais um.
Dói não sentir a dor
dos que se doem de verdade.
Sangra não querer ajudar,
envenena desejar dor.
Mais do que eles já suportam.


Por você

Acho que espero é você,
pra me salvar de tudo.
Dos dias angustiantes,
do cotidiano que sufoca,
desses choros abafados.
Do medo da solidão,
da alma imatura que tanto sonha,
dessa realidade conformada.
To pronta.
Pra ser salva e amada
por você.

Empapelado

Tem tanto aqui dentro,
mas não sai.
O pouco que se revela vem escrito,
rabiscos sob o papel amarelado.
Podia dar tanto,
receber outro tanto também.
Mas o choro é empapelado,
baixinho e escondido.
Se doa em partes
e o que sobra cria,
se cura, mas não quer curar.
Tamanha solidão,
talvez até egoísmo.
Remando sem direção,
sem tripulação alguma.
Ninguém sabe de onde vem
ou pra onde vai.
Se sabe é que vai só
e que sofre por migalhas.
Essas infinitas
como as águas do mar.

Sobre esse desapego sufocante

   Não sei ao certo o que é isso, mas sei que é angustiante. Eu não quero estar aqui, não mais. Não me sinto a vontade, to me sentindo tão estranha. E o mais difícil é admitir, é colocar em linhas tanto sentimento feio. Porque é isso que é, feio. Incomoda estar aqui, me angustia depender. Acho que minha independência -precoce- se virou contra mim, agora é defeito. Aprendi a me virar até demais, fico melhor sozinha do que imaginava. E o que sobra é isso, se acostumar a não fazer parte.
   Escrevendo me lembrei que esse sentimento sempre esteve em mim, enraizado nas minhas mágoas. Eu só fiquei um tempo sem essa sensação, enquanto experimentava tempos de paz. O mais engraçado é que estando aqui quero partir, e quando longe quase imploro pra voltar muitas vezes. Sou tão paradoxal, tão confusa. Esse querer tanto e não querer é perturbador. É minha velha mania de sentir tanto. De tudo, até sentimentos opostos, inversos. 
   Afinal, onde eu quero estar? Acho que muito lá, pouco aqui. Ou nenhum dos dois, talvez eu queira é uma vida diferente - o que está fora de cogitação, infelizmente.
   Outra mania irritante, querer entender tudo. Pra que compreender tudo o que se passa? Só pra ter certezas doídas, angustiantes. Saber pra sofrer, que tolice! Tola sou eu. No fim são rascunhos como esse que me dão um pouco de consolo. Fico tão perto de mim que posso me sentir dissolver, ir pra longe, mergulhar numa eterna profundeza... e de repente ser puxada bruscamente para a superfície tão real. É alguém gritando que tem vida lá fora e que eu preciso viver. Talvez seja minha parte mais racional -e chata- gritando. Aí obedeço e volto despedaçada em incertezas e pequenas dores. E sem conclusão alguma. Sempre.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

''Quem nasce com o coração?
Coração tem que ser feito.
Já tenho uma porção
Me infernando o peito.

Com isso ninguém nasça.
Coração é coisa rara.
Coisa que a gente acha
E é melhor encher a cara.''


Paulo Leminski

Esse mesmo, que me salva do cotidiano.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Já um pouco antigo, mas ainda útil, embebedado de saber e principalmente de esperança.

http://outraspalavras.net/posts/zizek-a-caminho-de-uma-ruptura-global/

''Como Brecht diz em sua Elegias Hollywoodenses (orig. Hollywood Elegies’ [1942]),
A vila de Hollywood foi planejada segundo a ideia
De que o povo aqui seria proprietário de partes do paraíso. Ali,
Chegaram à conclusão de que Deus
Embora precisando de céu e inferno, não precisava
Planejar dois estabelecimentos, mas
Só um: o paraíso. Que esse,
para os pobres e infortunados, funciona
como inferno.[1]
Esses versos descrevem bastante bem a “aldeia global” de hoje: aplicam-se ao Qatar ou Dubai, playgrounds para os ricos, que dependem de manter os trabalhadores imigrantes em estado de semiescravidão, ou escravidão.
Representantes da ideologia reinante mobilizam todo o seu arsenal para impedir que cheguemos a essa conclusão radical. Dizem-nos que a liberdade democrática implica suas próprias responsabilidades, que tem um preço, que é sinal de imaturidade esperar demais da democracia. Numa sociedade livre, dizem eles, devemos agir como capitalistas e investir em nossa própria vida: se fracassarmos, se não conseguirmos fazer os necessários sacrifícios, ou se de algum modo não correspondermos, a culpa é nossa.''
Zizek

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ode ao poeta

Saudações ao poeta, 
que embala a noite dos românticos,
exprime a dor dos que sofrem.
Aquele que 
acalenta a mágoa dos angustiados,
dá sorrisos aos apaixonados,
ensina os indiferentes,
traz vida aos desistentes.
Saudações a esse,
que tanto dá e pouco recebe.
Saudações a ele,
que parece ser infinitamente feliz, 
mas na verdade sofre.
Sente demais,
sonha,
não consegue dizer.
É medroso,
ressentido,
esquecido.
Saudações e um minuto de silêncio
pela alma desse que há muito se foi,
ficou jogada em algum poema qualquer.
Quem saberá dizer que vida viveu o poeta.
São tantas... 
ele deve ter escolhido a melhor,
e acredito que essa só ele conheceu.

Saudações.

Alma enfeitada

Vida é o que se passa lá fora. E não aqui dentro.
Nosso íntimo é tão íntimo que nem se vê, nem se sabe.
O aqui dentro é só mais um segredo, às vezes só ilusão.
É lá fora que tudo acontece, ganha vida.
Mas é aqui dentro que arde, urge, queima. 
E ninguém vê. Ou não quer ver.
Dentro não se escreve certo por linhas tortas, se escreve torto mesmo.
Lá fora se erra, mas aqui dentro é que dói.
Tem que se preocupar com o que se vê, não é mesmo?
Parecer bem pode, estar bem tanto faz. Só não reparar.
Quando foi que o lado de fora se tornou maior que o de dentro?
Pausa a vida por favor.
Vou consertar e logo dou play de novo.
Quero suas entranhas feias em vez de seus rostos bonitos.
Pesar seu coração e ver se me cabe dentro dele.
Você vai ver que por fora é só pele, por dentro é a vida.
Nós somos a vida de verdade.
Quero a sua vida na minha.
Vem de alma enfeitada.
E traz o corpo, seja ele qual for.
Só vem de dentro pra entrar aqui dentro.
No meu dentro, no nosso dentro.
Pra colorir o mundo lá fora.



Gota

Ploc! Ploc! Ploc!
-É goteira?
-Não, é dor.
-Mas desde quando dor pinga?
-Às vezes pinga...
-Como?
-É que sangra.
-Mas quem tá machucado?
-A menina ali.
-Mas não to vendo corte.
-E precisa?
-Mas não é o sangue que tá pingando?
-É e não é.
-Se não é, o que pingou então?
-Ela.
-Cadê?
-Pingou.

Poema de Marias, Joãos, Zé Ninguéns

Deu vontade de fazer poesia
de Maria, de João, de ninguéns.
Mas do que precisa?
De rima? Métrica? Nome bonito pra assinar no final?

Deu vontade de escrever um livro
sobre aventura, romance, auto-ajuda.
Mas tem que ser grande?
Precisa de muitos personagens? Tem que ter título?

Deu vontade de virar músico
embalar amores, derramar lágrimas, ser melodia.
Mas tem que ser famoso?
Preciso de muitas músicas? Tem que saber tocar direito?

Deu vontade de ser feliz
rir e sorrir, fazer o que gosta, amar demais.
Mas posso ser quem eu quiser?
Tem pré-requisito? Precisa ser rico?

De ovelha negra à borboleta



Família. Isso sempre foi bem complicado na minha vida. A minha nunca foi uma família convencional e sempre foi cheia de complicações. Eu não me sentia em casa, nunca me senti de verdade. Eu sou dessas que mascara a realidade pra si mesma, então eu faço a minha vida ser perfeitamente normal e a minha família também. Tolice. Sofri a vida inteira com ela, seja pela dor que ausências me causaram, seja pela dificuldade de se tornar de fato da família, seja por ser tão ovelha negra. 
Sair de casa. Achei que esses problemas familiares acabariam de vez. Voltar seria só saudade, não teria tempo para as incertezas, dores e brigas de sempre. Mas o foco apenas mudou. Agora ele é: como sou assim, tão o que eu não deveria ser para a minha família. Mas afinal, como eu deveria ser? Por que não posso ser o que eu quiser? E quando eu quiser? 
Quando política atinge seus relacionamentos mais pessoais. É triste, acredite. Talvez não seja só política, seja o medo da perda, do crescimento, da mudança. Os grandes medos dos pais. Mas um dia a gente tem que ser o que é né? E eu nunca estive tão no meu lugar, tão onde eu deveria estar. Nada pode me encobrir, pausar, fazer esquecer. Nem mesmo aqueles que dizem poder fazer tudo isso. 
Sou tanta coisa. Sou liberdade, solidão, sensações, sonhos, fragilidade e força, desejos. Mas não sou medo. Nunca fui e não é agora que vou ser. A realidade é que sou tanta coisa que me torno confusa, estranha, difusa. Mas é porque eu só quero é ser um pouquinho de tudo sabe? Não quero ser assim previsível e estática. No final, eu sei me cuidar. Sempre me cuidei, não sei porque tantas preocupações. É aquela minha velha história de ''you only live once''. Meu lema de vida pra tudo, não tem porque temer tanto, se guardar tanto, não querer tanto. Ficar no casulo não te leva a nada, a borboleta sai pro mundo e dá a cara a tapa. Sou meio borboleta. Mais errante, desengonçada e esquisita, mas no fim a metáfora serve. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mulher bonita é a que luta!


Sempre me interessei pelo assunto, mas entrei de verdade nesse universo há pouco tempo: feminismo. Em pleno século XXI ainda é necessária a luta feminina em busca de direitos iguais, porque diferente do que muitos pensam, as mulheres ainda têm muito para conquistar. Só o direito ao voto, direito de ir à universidade, direito de trabalhar não basta. Nosso apelo vai desde o mesmo salário ao direito da mulher de vestir a roupa que quiser sem temer o estupro. 
O machismo coloca as mulheres num patamar inferior, menosprezando a capacidade que elas têm de fazer as mesmas coisas que o homem. O feminismo quer acabar com isso, quer igualdade. Não quer tirar direitos dos homens, apenas quer que os mesmos direitos que eles têm sejam também das mulheres. É pedir muito? Não, é pedir bem pouco, é pedir o que já deveria existir. 
Você que é mulher não precisa de um homem, não precisa deixar de usar as roupas que gosta, não precisa de um vagão separado no metrô, não precisa ser submissa a nenhum homem, não precisa ser julgada por falar palavrão ou beber, não precisa se sentir uma vadia se tiver perdido a conta de quantos já beijou, não precisa fazer sexo se não quiser, não precisa apanhar calada, não precisa de músicas que te menosprezam, não precisa aprender a cozinhar, não precisa cuidar sozinha dos filhos, não precisa ter filhos, não precisa ter o corpo explorado pela publicidade, não precisa de dezenas de cremes e maquiagens para ser bonita, não precisa ser desejável, não precisa gostar de homens, não precisa se casar, não precisa ter medo de sair sozinha à noite, não precisa brincar com bonecas, não precisa ter vergonha de jogar futebol, não precisa ser mulher se não quiser, não precisa ser menos mulher por ser feminista.
Querer tudo isso é ser feminista. O feminismo não é uma luta separada, é uma luta intrínseca a tantas outras como a causa negra, homossexual, transsexual etc. 
Sou feminista, vadia, chata, ''mal comida'' e o que mais quiserem chamar. 

https://www.facebook.com/coletivofeminista3rosas

Alô alô, marciano!

Em que rua deixei meu lado sonhador? Onde ficou aquele príncipe que eu tanto idealizei?
Ele deveria estar bem aqui, nos meus pensamentos. Mas se foi há algum tempo. Partiu porque foi trocado por outros que de príncipes não tem nada, outros tão reais que me fizeram esquecê-lo. Aqueles tão reais a ponto de eu aceitar, desejar pela sede de realidade. Boba eu que achei que não pudesse ir sonhando com a minha criação. Músico, poeta, artista. Barbudo, alto, magro até demais. Sorriso grande, cabelo despenteado, camiseta dos Strokes. Máquina fotográfica no pescoço, disco do Bon Iver na mochila, Brasil de Fato em baixo do braço. Me leva ao show do Caetano, tem algumas tatuagens, gosta mais do seu violão do que de mim. Sonha com viagens, carrega por aí poemas de Drummond, livros de Chico Buarque. Adora pôr-do-sol, se perde no mar, lava a alma na chuva. Gosta de cinema, bebe com elegância, dança só pra mim. Canta MPB no chuveiro, adora descobrir bandas alternativas e respira música. Fala bobagens, ri das minhas e inventa um mundo só dele. Vive por demais, sente alucinadamente, deseja imensidões. Ele é assim. Se for ele ótimo, se não for está bem. Mas nos sonhos ele é assim e é meu.