Não sei ao certo o que é isso, mas sei que é angustiante. Eu não quero estar aqui, não mais. Não me sinto a vontade, to me sentindo tão estranha. E o mais difícil é admitir, é colocar em linhas tanto sentimento feio. Porque é isso que é, feio. Incomoda estar aqui, me angustia depender. Acho que minha independência -precoce- se virou contra mim, agora é defeito. Aprendi a me virar até demais, fico melhor sozinha do que imaginava. E o que sobra é isso, se acostumar a não fazer parte.
Escrevendo me lembrei que esse sentimento sempre esteve em mim, enraizado nas minhas mágoas. Eu só fiquei um tempo sem essa sensação, enquanto experimentava tempos de paz. O mais engraçado é que estando aqui quero partir, e quando longe quase imploro pra voltar muitas vezes. Sou tão paradoxal, tão confusa. Esse querer tanto e não querer é perturbador. É minha velha mania de sentir tanto. De tudo, até sentimentos opostos, inversos.
Afinal, onde eu quero estar? Acho que muito lá, pouco aqui. Ou nenhum dos dois, talvez eu queira é uma vida diferente - o que está fora de cogitação, infelizmente.
Outra mania irritante, querer entender tudo. Pra que compreender tudo o que se passa? Só pra ter certezas doídas, angustiantes. Saber pra sofrer, que tolice! Tola sou eu. No fim são rascunhos como esse que me dão um pouco de consolo. Fico tão perto de mim que posso me sentir dissolver, ir pra longe, mergulhar numa eterna profundeza... e de repente ser puxada bruscamente para a superfície tão real. É alguém gritando que tem vida lá fora e que eu preciso viver. Talvez seja minha parte mais racional -e chata- gritando. Aí obedeço e volto despedaçada em incertezas e pequenas dores. E sem conclusão alguma. Sempre.
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