quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alô alô, marciano!

Em que rua deixei meu lado sonhador? Onde ficou aquele príncipe que eu tanto idealizei?
Ele deveria estar bem aqui, nos meus pensamentos. Mas se foi há algum tempo. Partiu porque foi trocado por outros que de príncipes não tem nada, outros tão reais que me fizeram esquecê-lo. Aqueles tão reais a ponto de eu aceitar, desejar pela sede de realidade. Boba eu que achei que não pudesse ir sonhando com a minha criação. Músico, poeta, artista. Barbudo, alto, magro até demais. Sorriso grande, cabelo despenteado, camiseta dos Strokes. Máquina fotográfica no pescoço, disco do Bon Iver na mochila, Brasil de Fato em baixo do braço. Me leva ao show do Caetano, tem algumas tatuagens, gosta mais do seu violão do que de mim. Sonha com viagens, carrega por aí poemas de Drummond, livros de Chico Buarque. Adora pôr-do-sol, se perde no mar, lava a alma na chuva. Gosta de cinema, bebe com elegância, dança só pra mim. Canta MPB no chuveiro, adora descobrir bandas alternativas e respira música. Fala bobagens, ri das minhas e inventa um mundo só dele. Vive por demais, sente alucinadamente, deseja imensidões. Ele é assim. Se for ele ótimo, se não for está bem. Mas nos sonhos ele é assim e é meu. 

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