sexta-feira, 19 de julho de 2013

A dor dos que se doem de verdade

Ver a dor da rua não incomoda,
é só o lamento de pobres, de pretos.
O que dói é não ganhar um Iphone 
não viajar para Roma
não sair sexta à noite.
Dorme que a fome passa
faz da PM sua sombra
vai trabalhar, vagabundo!
Onde não tem asfalto não chega futuro
não chega jornalista
não chega respeito.
Mas quem sofre sou eu, é você.
Não atirem nas cidades!
Lugar de tiro é na favela,
bala de borracha nunca se viu ali.
O que dói é morar na Paulista
é fazer faculdade
é ter uma vida inteira pela frente.
Dor é ver desgraças no Leblon,
na Maré é só mais um.
Dói não sentir a dor
dos que se doem de verdade.
Sangra não querer ajudar,
envenena desejar dor.
Mais do que eles já suportam.


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