terça-feira, 16 de julho de 2013

De ovelha negra à borboleta



Família. Isso sempre foi bem complicado na minha vida. A minha nunca foi uma família convencional e sempre foi cheia de complicações. Eu não me sentia em casa, nunca me senti de verdade. Eu sou dessas que mascara a realidade pra si mesma, então eu faço a minha vida ser perfeitamente normal e a minha família também. Tolice. Sofri a vida inteira com ela, seja pela dor que ausências me causaram, seja pela dificuldade de se tornar de fato da família, seja por ser tão ovelha negra. 
Sair de casa. Achei que esses problemas familiares acabariam de vez. Voltar seria só saudade, não teria tempo para as incertezas, dores e brigas de sempre. Mas o foco apenas mudou. Agora ele é: como sou assim, tão o que eu não deveria ser para a minha família. Mas afinal, como eu deveria ser? Por que não posso ser o que eu quiser? E quando eu quiser? 
Quando política atinge seus relacionamentos mais pessoais. É triste, acredite. Talvez não seja só política, seja o medo da perda, do crescimento, da mudança. Os grandes medos dos pais. Mas um dia a gente tem que ser o que é né? E eu nunca estive tão no meu lugar, tão onde eu deveria estar. Nada pode me encobrir, pausar, fazer esquecer. Nem mesmo aqueles que dizem poder fazer tudo isso. 
Sou tanta coisa. Sou liberdade, solidão, sensações, sonhos, fragilidade e força, desejos. Mas não sou medo. Nunca fui e não é agora que vou ser. A realidade é que sou tanta coisa que me torno confusa, estranha, difusa. Mas é porque eu só quero é ser um pouquinho de tudo sabe? Não quero ser assim previsível e estática. No final, eu sei me cuidar. Sempre me cuidei, não sei porque tantas preocupações. É aquela minha velha história de ''you only live once''. Meu lema de vida pra tudo, não tem porque temer tanto, se guardar tanto, não querer tanto. Ficar no casulo não te leva a nada, a borboleta sai pro mundo e dá a cara a tapa. Sou meio borboleta. Mais errante, desengonçada e esquisita, mas no fim a metáfora serve. 

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