terça-feira, 28 de maio de 2013
Ruas cheias
pulsa até demais.
Muitas luzes, muitos carros, muitas pessoas.
Mas serão pessoas? Ou só corpos ocos?
Almas vazias ou nem há almas?
Uma noite doce àquele que transborda,
poesia pra quem não tem tempo.
Vida nova pra quem não reflete
e mais estrelas pra quem não olha para o céu.
Ruas cheias e um vazio.
O sistema urge, suga tudo.
E mais ruas cheias e um só vazio.
Vazio esse que é de todos nós.
Escola, faculdade, trabalho.
De segunda a segunda,
sete dias, 24 horas.
As repartições cheias, os bancos cheios,
a praça vazia, o coração oco.
Ouve-se tiros no morro.
Moedas caem nos bolsos de linho.
Mais ruas cheias, um grande vazio.
Quando será que explode? Vai demorar?
domingo, 26 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
Deixa
Mas não é coisa que se escreva.
Não é coisa que se sinta. Não agora.
Então não vou escrever.
Se o fizer vou concretizar.
E pra que concretizar? Deixa como está.
Ou só deixa, porque não está.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
O prazer é todo meu
Se eu perguntar o que você acha que eu sou o que dirá? Que sou uma louca inconsequente? Que sou engraçada? Que estou sempre alegre? Que sou irresponsável? Que pareço ter 12 anos? Que faço parte da juventude perdida? Que sou uma baderneira esquerdista? Que não sou uma boa companhia?
E se eu lhe disser que sou tudo isso e mais um pouco? Se eu contar que sou angustiada, que tenho medo de criar laços, que mostro tão pouco de mim, que escrevo poesia, que choro toda semana, que tento ser uma louca pra ser menos eu mesma, que sou sonhadora, que tem muita coisa em mim que você nem imagina, que sou sozinha, o que você vai dizer? O que vou me tornar pra você? Ainda vou ser a Marcela? Às vezes queria ser só água...
domingo, 19 de maio de 2013
Às vezes só se vive através da morte
Um dos filmes mais profundos, substanciais e especiais que já vi. Diz tanto sobre a arte, sobre nós, sobre quem amamos. É um filme que parece mais um grande poema, dá pra sentir a poesia transbordando pra dentro da gente. Sintetiza muita coisa que tem dentro de mim. Sei quem é Elena. Não a conheci muito bem, pois há muito ela se foi, mas ela já viveu dentro de mim. E como era doída essa presença... mas acho que consegui matá-la -para o meu próprio bem. Petra sou eu, escolhi um dia ser e foi difícil, mas vou sendo. Vivendo.
O dia de verdade
Hoje é aquele dia que eu preciso colocar pra fora os tormentos que vivem dentro de mim -mesmo que não pareça que eu seja cheia deles. Dia de escrever uma dúzia de palavras bobas, mas que me salvam de mim mesma. Tento estar rodeada de pessoas pra não ser eu mesma. Estar só em minha companhia não pede a máscara de felicidade, eu consigo me escutar nos meus mais profundos pensamentos e me lembro que dentro de mim tem muito mais do que uma mulher que de mulher não tem nada. O que me mantém sã são as risadas com os amigos, os filmes nos domingos chuvosos, as músicas que são poesia cantada, o sol das ruas cheias e vazias ao mesmo tempo. Mas tem dias que nem visitas de amigos, nem ler Neruda, nem escutar uma das bandas mais deliciosas, nem assistir ao filme mais profundo que já se viu, nem me esconder de mim mesma adianta. Queria fugir agarrada aos livros que mais gosto, a um fone de ouvido e mp3, a minha máquina fotográfica, ao meu caderno e meu lápis, ao poeta que vai embalar minhas noites. Não quero muito dinheiro, muitas roupas, muitas pessoas. Não quero capitalismo, limites, formalidades. Quero liberdade, amor, poesia. O resto é só o resto. E hoje é um dia de resto, torço pela chegada do dia de verdade.
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