domingo, 19 de maio de 2013

O dia de verdade


Hoje é aquele dia que eu preciso colocar pra fora os tormentos que vivem dentro de mim -mesmo que não pareça que eu seja cheia deles. Dia de escrever uma dúzia de palavras bobas, mas que me salvam de mim mesma. Tento estar rodeada de pessoas pra não ser eu mesma. Estar só em minha companhia não pede a máscara de felicidade, eu consigo me escutar nos meus mais profundos pensamentos e me lembro que dentro de mim tem muito mais do que uma mulher que de mulher não tem nada. O que me mantém sã são as risadas com os amigos, os filmes nos domingos chuvosos, as músicas que são poesia cantada, o sol das ruas cheias e vazias ao mesmo tempo. Mas tem dias que nem visitas de amigos, nem ler Neruda, nem escutar uma das bandas mais deliciosas, nem assistir ao filme mais profundo que já se viu, nem me esconder de mim mesma adianta. Queria fugir agarrada aos livros que mais gosto, a um fone de ouvido e mp3, a minha máquina fotográfica, ao meu caderno e meu lápis, ao poeta que vai embalar minhas noites. Não quero muito dinheiro, muitas roupas, muitas pessoas. Não quero capitalismo, limites, formalidades. Quero liberdade, amor, poesia. O resto é só o resto. E hoje é um dia de resto, torço pela chegada do dia de verdade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário