quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Da série coisas pequenas que fazem a gente refletir até demais. 
Textinho pra coluna da revista Brasileiros, que acabou fazendo da minha tarde uma tarde muito brasileira e com muito orgulho sim!


                                                  Você acredita no Brasil?

     Essa pergunta me pegou um pouco de surpresa, na hora pensei: ''é lógico que acredito'', mas colocar em palavras é mais difícil do que parece. Acredito no meu país, porque ele é extremamente diversificado. Eu adoro sua miscigenação, adoro suas diferenças culturais, adoro ser chamada de brasileira.

     Quando eu penso no Brasil, eu não penso em futebol, carnaval ou na beleza das mulheres. Eu penso em toda história do nosso país, onde o povo nunca passou mais de dez anos sem fazer revoltas, sem querer mudanças. Penso na ditadura militar e na força que tantos tiveram pra instaurar a democracia de novo e naqueles que ainda militam pelo fim, de fato, desse período. Penso na escravidão que persiste até os dias atuais e na história de luta desse povo que é a cara do Brasil. Penso nas mulheres que sofrem opressões diariamente e que estão conquistando mais espaços a cada dia. Penso nas jornadas de junho e nas manifestações por melhorias, por direitos.

      Acredito no povo que representa o verdadeiro Brasil, que não deve negar suas diversidades. Acredito nas mulheres, no cabelo crespo e negro, na comunidade LGBT*, nos quilombolas, nos moradores de rua, nos índios, nos militantes, nas minorias. Eu acredito muito no Brasil! Mas nesse que tá aí nas ruas, nas periferias, nas matas, nas manifestações. Eu não acredito é nesse Brasil camuflado pelas telas de televisão e olhares elitizados, esse não é meu país de verdade.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Mundo que (des)abraça

Sonhos perdidos nas ruas, nas multidões
Olhares sozinhos que refletem almas cansadas
Mãos que tateiam estranhos
Bocas que beijam vazios
Desejos que calam de mansinho, se escondem
Corações rifados ao nada, ao desespero
Suspiros tão altos, que ninguém escuta
Flores que desabrocham passivas, em submissão
Futuros que são esquecidos ou endeusados demais
Diferenças tão diferentes que se negam
Amores irremediáveis por medos ou tolices
Horas perdidas dia-a-dia com excesso de pensamento
Lamentações feitas pela alma tão doída
Poemas escritos sem razão, pelo simples ato de sê-los