domingo, 24 de novembro de 2013

Pedido

Passeava por velhas ruelas, entrou numa casa abandonada. Achou uma lâmpada, dessas de filme, que vem com um gênio. Riu, mas resolveu esfregar três vezes, vai que né? E não é que saiu de lá um gênio? Grande, velho e rabugento. Perguntou o que ela queria, um desejo só, e que ela não se demorasse. Ela ficou maravilhada, poderia pedir qualquer coisa? Poderia. 1 milhão de reais? Um magrelo barbudo que a amasse? Imortalidade? A paz mundial? Uma torre de chocolate? Ser a Megan Fox? Sabedoria? Ser integrante de uma banda de rock famosa? Era difícil... estava entre o barbudo e a torre de chocolate quando resolveu pedir um saco sem fundo. O gênio não entendeu, como assim um saco sem fundo? Ela explicou: um saco onde coubessem todas as suas dores, incertezas e medos, pra que ela nunca mais sentisse nada. E que coubesse muito, pro mundo todo se livrar de tudo isso. Ele falou que podia pedir tudo, menos isso. Os sacos estavam em falta desde 1889. Ela então só pediu uma grande garrafa de vodca e passou aquele dia caindo pelos cantos e não sentindo nada além de tontura. Foi um bom dia. 

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