domingo, 7 de abril de 2013

Minha selva de pedra

Tantas vezes me sinto perdido na multidão, sozinho, vazio.
Você é só mais um no meio de tanta gente,
ninguém te vê, ninguém faz muita questão de ver nada, na verdade.
Aí você lembra do cheirinho de casa, dos almoços em família...
e tudo parece lhe trazer saudade, até as brigas mais idiotas.
Nesse momento não entendo o que eu tanto vi em São Paulo,
que parece desprezar, me enfeitiçar enquanto me deixa nostálgico.
Só fui aprender nessas últimas semanas o significado da palavra mãe, 
que carrega tanto afeto e sempre me trouxe tanta confusão e dor.
Agora eu enxergo a palavra pai com tanta clareza, com a certeza do que é sê-lo.
E me dói um bocado esse negócio de crescer, de mudar de cidade, 
de morar com os outros, de ver meus pais de vez em quando,
de ter os amigos longe, de ter saudade de brigar com minhas irmãs.
Aperta o coração pensar na distância, nas responsabilidades, 
saber que não dá pra fugir do que escolhi.
Preciso de um abraço, de um colo, de carinho, de choro, da mamãe,
de uns amigos, da minha cama, da minha cidade, da minha alegria.
No momento é só o choro que eu posso ter e ele apenas não basta,
pra que chorar sozinho? Escondido? 
Só hoje eu queria chorar pra todos verem que mudar dói, até demais.
Mas não posso, porque nessa sociedade a gente tem que fingir que está bem, 
ai de você se derramar algumas lágrimas enquanto todos regozijam-se...
um dia eu cresço, no meio desses conflitos eu acabo aprendendo
a estar longe de tudo e tão perto de mim.




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