Hoje eu acordei outra pessoa. Acordei
viva, altiva, contente e me sentindo
útil. Ontem vivi algo que nunca me passou pela cabeça que um dia eu viveria e
aquilo mexeu muito comigo. Sair de casa no fim da tarde, pegar o típico
trânsito de São Paulo no horário de pico, tomar aquela chuva que parece que o
mundo está acabando, ficar perdida procurando os amigos por algum tempo e
finalmente chegar e viver tudo aquilo. Ver centenas de alunos amordaçados, com
cartazes sobre democracia fazendo um protesto silencioso durante uma missa. Todos
ali em prol de um objetivo em comum, todos dando seus gritos de guerra em busca
do que desejam conquistar. Aquilo foi
mágico, insano, assustador, forte e confuso. Foi tanta coisa ao mesmo tempo que
é difícil de explicar. E me arrepio toda só de pensar no que senti naquele
momento. Alguns gritavam coisas imbecis, outros tinham os olhos cheios de
lágrimas e outros levantavam terços. O clima era pesado, precisar viver tudo
aquilo era triste. Mas ao mesmo tempo dava aquela sensação de pertencer tanto
aquele lugar, onde os jovens dão o sangue por alguma ideologia. Entre os milhões
de coisas que passavam pela minha cabeça a que falava mais alto era o que todos
ficavam repetindo e eu até aquele momento não havia entendido: ‘’somos filhos
da PUC e a PUC é nossa!’’. Parece precipitado dizer, afinal acabo de chegar,
mas algum sentimento de repente me disse que os sonhos do ano passado tinham
ficado só em algum lugar da memória, a faculdade que era uma das minhas últimas
opções se tornou meu verdadeiro lugar e é ali que eu deveria ficar e com orgulho.

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