terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sede de viver



Essa talvez seja só mais uma banal história sobre uma menina que tanto ansiava pela vida adulta e quando teve que crescer se amedrontou, quis se fechar em um casulo.
Crescer, ser dona do próprio nariz, não ter mais aquele controle 24h dos pais, morar em uma grande cidade, sair de casa. Ela sempre quis, desde pequena sonhou com esse dia, o dia em que sua vida iria mudar como nunca tinha mudado ainda. Mas ela pensava que só teria mudanças boas, ela não havia percebido ainda que a partida viria junto com a saudade, o medo, a distância, a solidão, o deslocamento, o amadurecimento forçado. Ela temia agora, a vontade de ir embora nunca fora tão pequena... mas ela iria. Por conta própria, sabendo que isso fora o que ela mesma escolhera pra si e que se orgulhava de ter conseguido pelo seu esforço.
Ela teria algumas manhãs de saudade, umas tardes de solidão e outras noites de vontade de largar tudo pra trás. Mas ela teria horas e horas de alegria, de felicidade, de realização própria. E esse sofrimento era bom, significava que algo a prendia de uma forma intensa, que algo a fazia percorrer quilômetros ansiosa pra passar alguns dias com pessoas especiais. Mostrava que ela amava muito toda a vida que já teve um dia e que não a deixaria nunca para trás.
Então talvez essa história não seja como as outras, porque a menina por mais medrosa que fosse, não se fecharia num casulo, tem muita vida lá fora, muita. E ela tinha sede da vida.

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