terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Talvez não ambulante, mas uma metamorfose por favor!


Dá vontade de mudar. O visual, o peso, os defeitos, o rosto, a bunda, o corte de cabelo. Mas dá mais vontade ainda é de mudar de vida. Tem dias que dá uma sede de mudança incontrolável, você precisa abandonar tudo e arriscar. Dá aquele anseio pelo diferente, pelas novas pessoas, pelos novos lugares, pelas novas conversas. Você se cansa de alguns amigos, do cotidiano maçante, de ser a mesma pessoa sempre, de já ser rotulada para aqueles a sua volta. Você quer ver coisas novas, poder ser o que quiser, deixar o passado de lado e sofrer uma metamorfose. Mas só alguns dias que dá essa sensação sufocante, em vários outros a vontade é de só ser quem você tem sido mesmo, sem grandes riscos.

Quiçá


Gostaria de aprender a escrever. A mais deliciosa literatura, refinada de simplicidade e poesia.
Essas mãos anseiam por conseguir algumas linhas que tragam algum orgulho – esse há tempos ferido...
Não vem à mente nada muito visceral, embebedado de substância... Mas por que meu Deus, por quê?
Tirado de mim talvez, ou nunca tido – dom.
Há dias que vem, simplesmente vem. Uma epifania talvez, ou será vocação momentânea?
Só se sabe que algo vem de vez em quando. E só vem quando há dor e dificuldade de exprimir.
Então como escrever uma história afinal? Ir acumulando dores até que se encha um livro?
Não, isso não me parece profissional.
Talvez eu só não tenha nascido pra ser profissional, ser amadora pode ser um destino também. Pode isso?
Só queria escrever algo esplêndido uma vez na vida! Só uma vezinha... pra eu dizer que sou escritora e ponto.

Sendo 1001. Ops! Sendo 1000 em 1.


Estranho como se pode ter tantas facetas dentro de uma só pessoa. Pode-se ser a pessoa mais nostálgica, a mais animada e a mais chata dentro de 24 horas. Mas o que mais assusta é ser tão diferente em cada situação, ao escrever ter uma alma de 60 e ao lidar com as pessoas parecer ter 13. Como se pode ser tão doída e tão feliz? Talvez sejam os hormônios, mas pode ser a multipolaridade também... quem saberá? Não se saberá, melhor ir só sendo o que der vontade de ser. Até se descobrir ou não se descobrir, ninguém disse que precisa ter rótulo pra viver. E não, não precisa. Eu sou a prova viva disso.

Sede de viver



Essa talvez seja só mais uma banal história sobre uma menina que tanto ansiava pela vida adulta e quando teve que crescer se amedrontou, quis se fechar em um casulo.
Crescer, ser dona do próprio nariz, não ter mais aquele controle 24h dos pais, morar em uma grande cidade, sair de casa. Ela sempre quis, desde pequena sonhou com esse dia, o dia em que sua vida iria mudar como nunca tinha mudado ainda. Mas ela pensava que só teria mudanças boas, ela não havia percebido ainda que a partida viria junto com a saudade, o medo, a distância, a solidão, o deslocamento, o amadurecimento forçado. Ela temia agora, a vontade de ir embora nunca fora tão pequena... mas ela iria. Por conta própria, sabendo que isso fora o que ela mesma escolhera pra si e que se orgulhava de ter conseguido pelo seu esforço.
Ela teria algumas manhãs de saudade, umas tardes de solidão e outras noites de vontade de largar tudo pra trás. Mas ela teria horas e horas de alegria, de felicidade, de realização própria. E esse sofrimento era bom, significava que algo a prendia de uma forma intensa, que algo a fazia percorrer quilômetros ansiosa pra passar alguns dias com pessoas especiais. Mostrava que ela amava muito toda a vida que já teve um dia e que não a deixaria nunca para trás.
Então talvez essa história não seja como as outras, porque a menina por mais medrosa que fosse, não se fecharia num casulo, tem muita vida lá fora, muita. E ela tinha sede da vida.