segunda-feira, 14 de julho de 2014

Desabafo número 876 (ou texto ruim pra caralho)

Se eu não escrever acho que vou explodir, mas não tô conseguindo colocar em palavras o que eu tô sentindo. Tô pensando nela; a gente vai se ver essa semana e eu tô com o coração na garganta. Já escrevi várias vezes sobre como eu tenho medo de me apegar às pessoas, mas nunca foi tão real, nunca. Agora eu rio pensando em caras, quem me dera eu tivesse com medo de gostar demais de qualquer idiota por aí. Tô quase implorando pra arrumar uma paixonite imediata pra tirar isso da minha cabeça. 

Medrosa, é isso que eu sou. Eu tenho sempre que racionalizar demais, quando ao mesmo tempo sou sentimental demais, o que nem faz sentido. E aí a razão ganha e o sentimento mais uma vez é sufocado. Por medo. Tá certo que essa situação envolve tudo aquilo que me dá mais medo e que eu até me perdoo por não saber lidar, afinal, ninguém me deu um manual quando eu nasci. Na verdade eu ficaria contente de ganhar um resumo da minha vida toda assim que eu aprendesse a ler, que aconteceu cedo. Acho que eu teria as respostas, porque definitivamente agora eu não tenho. Ninguém tem, eu sei. Mas eu só queria saber fazer tudo isso doer menos, saber o que vale ou não a pena e saber em quem confiar nessa história.

Eu odeio pensar nos últimos 20 anos, porque dói e muito. Não é dor de saudade de casa, não é dor de descobrir que o cara que você ta afim namora, não é dor das coisas darem errado. É uma dor quase insuportável e sufocante, porque eu tenho medo. E isso dói, porque eu não tenho ideia do que fazer. Dói não lidar e lidar dói tanto... 

Cansei de escrever esse texto que tá ruim pra caralho. Foi mais pra desabafar, já que ou eu escrevo ou eu explodo. Nem desabafar com amigos (como qualquer pessoa normal faz) eu tô conseguindo. Quando eu falo sobre, sempre se torna real pra mim e, como de costume, eu não quero viver nada disso, porque tô com medo - fugindo, fingindo e sorrindo. Tô de parabéns mais uma vez. 

domingo, 29 de junho de 2014

Por 20 com mais cara de 15

Fazia tempo que eu não vinha aqui, tava com saudades. Na verdade fazia um tempão que eu não escrevia sobre meus sentimentos. Nos últimos meses escrevi demais, mas quase nenhuma palavra sobre mim, me debrucei em: documentos do Centro Acadêmico, resumos de Economia, mensagens no whatsapp, matérias pra publicar, notas de solidariedade. Mas e eu? Sei lá, eu só não queria escrever, porque os últimos textos sinceros que eu me lembro de ter feito me fizeram chorar de desespero, sentir aos montes e me afastar do mundo. Mas eu me aproximei tanto de mim, tanto. E por que agora não quero? Eu sempre faço isso: adormeço tudo que me faz tão eu, porque uma boa parte de mim é feita disso mesmo, de choros sufocados, sentimentos extremos e de um mundo que eu desgosto tanto. Mas afinal, por que eu não gosto de mim assim? Eu sempre sonhei com a vida que eu levo hoje e, pra ser sincera, agora que eu a tenho, eu acho um bocado chata, pequena e por vezes vazia. A grande ambição de sair de casa e ter todos os sentimentos doídos expirados pra Marte instantaneamente parece concretizada, mas o que me falta admitir é que nada sumiu, tá tudo aqui. São Paulo me apresentou um leque de desejos que me confundem, me atormentam e me machucam. As pessoas que eu conheci aqui me mostram diariamente que é possível ser maior cada vez mais. E eu me sinto tão pequena sentada nesse sofá do apartamento 71 do bloco C, do número 300, da Rua José Antônio Coelho, do bairro Vila Mariana, da Zona Sul da cidade de São Paulo, do estado de São Paulo, da região Sudeste do Brasil, da América do Sul, da Terra, da Via Láctea. Prazer! Não gosto de escrever, porque me faz remoer fraquezas, desejar grandezas grandes demais e pensar muito em sentimentos. E eu não sei lidar com nada disso (e nem com o resto do mundo). Cada vez mais eu quero encher meus dias com pessoas, barulhos, músicas, conversas, ativismo, política, festas pra ver se cabe mais o mundo e menos eu dentro de mim. Mas não tá certo isso, tô perdendo uma parte de mim que a Marcela de cinco anos atrás se agarrava. Tô querendo sentir menos, porque tô sentindo tanto e tô desejando com todas as minhas forças me desligar de tudo e de todos que eu dependo. Tenho 20 anos há menos de dois dias e tô sendo mais criança que quando eu tinha 15. E tô sendo mais fraca também - e mais calculista e mais exagerada e mais insegura e mais a lista segue e não termina blá blá blá. Antes de mais nada, esse desabafo confuso é uma tentativa de me trazer de volta, por mais que grande parte de mim não queira. Quero passar domingos sozinha sem me sentir solitária, quero chorar por besteiras sem me importar, quero me chamar de sentimental e não de babaca (tô seguindo seu conselho, mocinha que lerá isso em algum momento), quero parar de esperar se ele vai me chamar pra ir ao cinema e ir eu mesma, quero ler mais livros, quero sair por essa cidade com uma máquina, um lápis e um caderno, quero admitir que sou loucamente apaixonada pelos meus amigos e pela minha família e que isso não deve me fazer mal, quero terminar esse texto e me amar ainda mais, porque meu maior presente nesses 20 anos deve e vai ser minha reconciliação comigo mesma - aquela chorona, sentimental, doída e que escreve. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sobre avós



Uma vez avó, duas vezes mãe, três vezes você, cem vezes amor, mil vezes saudade. 

domingo, 13 de abril de 2014

Da saudade

Saudade. Palavra que carrega o maior dos pesos do mundo. Palavra usada quando se pensa em alguém, no amor, num dia, numa coisa, na morte, no futuro, no passado, no agora, em nada. Palavra que chicoteia a alma sem dó, sem aviso. Palavra que dói, que chora, que odeia, que ama sem motivos. Palavra amaldiçoada, mas que sem ela a vida seria tão menos intensa. Palavra usada como desculpa, como consolo, como sinceridade. Palavra que quer tapar buracos e mais buracos. Palavra que vai abrindo rombos, dilacerando a carne, derramando sangue. Palavra que gosta de andar com outra palavra triste: solidão. Palavra que é tão fácil de ser dita e tão difícil de ser sentida. Palavra que se multiplica aos montes dentro de mim. Saudades bobas, saudades persistentes, saudades fúteis, saudades platônicas, saudades doídas, saudades desesperadas, saudades enraizadas, saudades escondidas, saudades adormecidas, saudades disfarçadas, saudades engraçadas, saudades trágicas, saudades boas. Saudade saudade saudade, domingo tem esse gostinho amargo, humano e até reconfortante - eu ainda sinto, e como sinto. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

‘’República Utópica da Monte Alegre’’

Mais uma matéria que eu fiz pra faculdade. Essa eu realmente não gostei como as outras que já postei, eu poderia ter feito muito melhor, mas vou colocar aqui do mesmo jeito, porque o assunto mexeu e mexe muito comigo. PUC, ditadura, resistência, luta. Fico arrepiada só de digitar essas palavras, escrever esse artigo foi um arrepio incessante só, do início ao fim.


50 anos do golpe de 64: a ‘’República Utópica da Monte Alegre’’ vive

As heranças da ditadura civil-militar que refletem até hoje na PUC-SP

‘’O que eu estava fazendo no momento do golpe eu não me lembro, porque faz muito tempo, 50 anos. Mas a lembrança que eu tenho mais forte é o barulho ensurdecedor dos tanques, que passavam deixando marcas no chão e afundavam o asfalto’’. A fala da socióloga e membro da Comissão da Verdade da PUC-SP Marijane Lisboa diz respeito à instauração da ditadura civil-militar, que começou em 1º de abril de 1964 e terminou em 15 de março de 1985. Esse período ainda ecoa fortemente nas vidas de pessoas que são alvos diários da Polícia Militar (PM), daqueles/as que foram torturados durante o regime e esperam a condenação dos militares e das pessoas que carregam a chamada ‘’memória coletiva’’. Todos/as aqueles/as que passaram pelos corredores da PUC-SP, seja como estudante, seja como professor(a), sabem que a ditadura ainda resiste. A Universidade, que foi um símbolo durante aquele regime autoritário e que há dois anos tornou-se símbolo da quebra da democracia, carrega um peso enorme ao falarmos sobre os 50 anos do golpe civil-militar no Brasil.
A Universidade, que foi fundada em 13 de agosto de 1946, pelo cardeal Dom Carmelo de Vaconcelos Mota, na época da ditadura era conhecida como a ‘’República Utópica da Monte Alegre’’, segundo o professor do Departamento de Teologia Jorge Cláudio Noel Ribeiro Júnior. A PUC-SP resistia; estudantes, professores/as, funcionários/as resistiam.  A história da Universidade pode ser dividida em sete momentos de extrema importância no cenário político: o ano de intensa mobilização em 1968, a instauração do AI-5, a invasão da PM, os incêndios no TUCA, a segunda eleição da reitora Nadir Kfouri, as demissões em massa em 2005 e a eleição fraudada de 2012. Traçar um panorama em relação a todos estes episódios é essencial para entender os traços ditatoriais que nos rondam até hoje.

- O ano da mobilização: No ano de 1968, a professora da PUC-SP Maria Beatriz Costa Abramides, ou apenas Bia Abramides, entrou no curso de Serviço Social e fazia parte do grêmio, já que na época, os Centros Acadêmicos estavam expressamente proibidos. Ela conta que o movimento estudantil, espaço de luta e resistência, era muito forte na Universidade durante a ditadura; os/as alunos/as se organizavam de forma autônoma, democrática e soberana, reivindicando pontos imediatos, como qualidade do curso, bolsas de estudos, ensino laico e gratuito e democracia universitária. Mas também lutavam contra o regime vigente, contra o imperialismo e pela construção do socialismo - desejavam um verdadeiro processo revolucionário.
Uma das grandes bandeiras do movimento estudantil na época foi a contrarreforma do ensino superior, defendida pelo sistema MEC-USAID, acordo estabelecido com os Estados Unidos, que não passava de uma tentativa de elitizar as universidades e camuflar as ações da ditadura. Os/as alunos/as conseguiram barrar de um modo geral esse acordo, que teve os moldes mudados para ser implantado no Brasil.
Na prática, a Universidade tinha um Diretório Central dos Estudantes (DCE) livre e autônomo, os/as alunos/as não acatavam as imposições da ditadura e se recusavam a abandonar a democracia interna. A UNE (União Nacional dos Estudantes) estava proibida, pois o governo temia a força estudantil que a entidade viabilizava. Entretanto, cerca de mil estudantes, inclusive puquianos, se reuniram em Ibiúna (SP), em 68, para realizar o XXX Congresso da UNE. ‘’Mal começamos e ouvimos tiros para cima, na hora nos olhamos: a repressão tá aí’’, conta Bia.
‘’Ficamos presos por uns 15 dias, não dava pra esconder mil alunos/as por muito tempo. Os militares foram até a PUC-SP tentar descobrir informações nossas, de que grupos fazíamos parte, mas nossas diretoras eram progressistas e não diziam nada, prezavam pela autonomia e democracia universitárias’’, completa Bia.
Uma das reivindicações e das lutas internas dos/as alunos/as, ainda está presente em 2014: a elitização, que se iniciou na década de 60 e se intensificou em 1971 com a expansão das universidades privadas no país, não retrocedeu em todos esses anos; a PUC-SP tem um caráter mercantil, que vai à contramão do molde de educação que professores/as e estudantes acreditam. Se antes, a PUC-SP vivia sob uma ditadura feroz, que servia ao capital, hoje vivemos num Estado de direito democrático, também a serviço do capital. Os interesses de uma única classe são legitimados, inclusive no caso da educação.

- AI-5: Em 1969, o Ato Institucional nº 5 foi decretado, suspendendo os direitos constitucionais e concentrando os poderes na Presidência da República, culminando no fechamento do Congresso Nacional. Logo após o decreto, inúmeros professores de universidades públicas foram aposentados compulsoriamente pelo governo civil-militar vigente. A PUC-SP abrigou vários acadêmicos perseguidos pela ditadura: Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Maurício Tragtenberg, Paulo Freire, José Arthur Gianotti, Bento Prado Júnior e Paul Singer. Além de abrigar esses intelectuais, a Universidade deu liberdade total para que eles dessem suas aulas, sem censuras como o regime previa.
- A invasão da PM: Em 22 de setembro de 1977, a Universidade foi palco da reunião de retomada da UNE, que havia sido proibida pelos militares. Por volta das 21h, a PM invadiu a PUC-SP, que abrigava também diversos alunos/as de outras universidades e levou presos/as cerca de 900 estudantes. A então reitora Nadir Kfouri, foi até os portões da PUC-SP discutir com o Coronel Erasmo Dias, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo na época, se colocando contra a repressão. Quando o Coronel tentou cumprimentá-la, a reitora se virou respondendo: ‘’Não dou a mão a assassinos’’. A invasão deixou 25 estudantes feridos/as e três com fortes queimaduras.
Esse episódio marcou muito a Universidade; todos os anos seguintes, os/as alunos/as promoviam a chamada ‘’desinvasão’’, que sete anos depois da repressão da PM foi feita de forma muito divertida: a PUC-SP foi ‘’invadida culturalmente’’ por quatro galinhas, três elefantes, um jipe, palhaços, estudantes fantasiados/as e até banda.
E a memória ainda resiste, ao passar pelos portões da entrada da PUC-SP pela Rua Monte Alegre, pode-se ver uma pedra embaixo de uma árvore em homenagem a 22 de agosto. Não como saudosismo, mas como lembrança, como aviso: a memória ainda vive.
Na gestão da reitora Maura Veras, 30 anos depois do episódio de 77, o oposto foi feito: a própria administração chamou a PM para invadir a Universidade. Estudantes ocuparam a reitoria para exigir a qualidade de ensino que a PUC-SP teve no mandato de Nadir e foram reprimidos. É assustador como no Estado de direito democrático a repressão foi mais bem aceita dentro da PUC-SP, do que na época do regime civil-militar.

- Incêndio do TUCA: Exatamente sete anos depois da invasão da PM, o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) foi incendiado pela primeira vez: o espaço estava sendo preparado para receber um espetáculo, quando chamas atrás do palco foram vistas. Esse templo de resistência, que durante a ditadura recebeu inúmeras apresentações de cunho político e de luta anti-regime, segundo o laudo da perícia, pegou fogo devido a um fenômeno termoelétrico. Mas as datas iguais não são mera coincidência, ao que tudo indica foi um atentado.
            Em 13 de dezembro do mesmo ano, houve um segundo incêndio, mas desta vez o fogo foi ateado em uma bandeira. O TUCA foi fechado e só reabriu quatro anos mais tarde, a partir de recursos obtidos. Porém, só em 2003 o teatro foi completamente restaurado.
O TUCA continua sendo um templo de resistência, no último dia 18, foi realizado no espaço o “Tribunal Tiradentes III – Julgamento da Lei de Anistia: justiça para os crimes da ditadura”, a fim de resgatar a memória e exigir providências. Em 1983, foi realizado o Tribunal Tiradentes, no Teatro Municipal, que demarcou a condenação da Lei de Segurança Nacional, marco na redemocratização do país. No ano seguinte, aconteceu o segundo Tribunal Tiradentes, que julgou o Colégio Eleitoral.

-Eleição de 1980: Quase quatro anos antes de o Brasil ter eleições diretas para presidente, a PUC-SP já havia escolhido, através de eleições paritárias, uma mulher para o cargo de reitora. Foi o segundo mandato de Nadir Kfouri, que havia sido convidada para assumir o posto em 1976, por Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo na época. A primeira reitora de uma Pontifícia e a primeira a ser eleita através de eleições diretas ficou no cargo por oito anos, estes considerados os melhores da Universidade, em termos de administração. Conhecida por ter sido defensora da democracia e por ter sido muito dialogável com a comunidade puquiana, Nadir é a última reitora que é lembrada com saudade. Foi em seu mandato, em 83, que foi feita uma Constituinte interna, a fim de regular de fato a democracia na PUC-SP. 

- Demissões em massa: Em 2005, cerca de mil professores/as e funcionários/as foram demitidos da PUC-SP, com a justificativa de cortes de gastos. Para redução de cargos e salários, foi feito um redesenho institucional com mera razão instrumental, traço de um modelo privatista de universidade. ‘’O desemprego estrutural é essencial ao capital, o ciclo da desigualdade é intrínseco’’, explica Bia.
Desde o episódio das demissões, a Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da Universidade, intervém nas questões administrativas da PUC-SP, quebrando a autonomia da instituição. Para Bia, faltou mobilização por parte dos/as professores/as, só os/as alunos/as que agiram diante do absurdo e mesmo assim nada foi conquistado.

- O golpe de 2012: Desde a época de Nadir, as eleições para o cargo de reitor(a) da PUC-SP eram feitas de forma democrática e paritária, porém, há dois anos, Dirceu de Mello, que foi reeleito pela comunidade puquiana, não assumiu o cargo. Odilo Scherer, o grão-chanceler da instituição e cardeal arcebispo de São Paulo, passou por cima de toda a história de democracia e de resistência ao governo civil-militar da Universidade e nomeou a terceira colocada nas eleições: Anna Cintra.
Grande parte dos/as alunos/as e até alguns/algumas professores/as ficaram em greve por cerca de um mês, por não legitimarem as eleições. ‘’Não conseguimos brecar a reitora imposta, porque em 2005 não fizemos a greve que deveríamos ter feito para impedir as demissões. Se tivéssemos nos articulado, a realidade seria outra. Mas, em contrapartida, muitos/as professores não se mobilizaram pelo estraçalhamento do ensino, mas saíram pela questão democrática, isso nos surpreendeu’’, conclui Bia.
A reitoria imposta não dialoga com os órgãos de representação, impõe atos como se fossem decretos, intensifica o processo de diferenciação salarial, aumenta as mensalidades com ajustes abusivos. Cerca de 30 anos depois do fim da ditadura, a PUC-SP se encontra no período mais dissociado da democracia: o Conselho Administrativo (CONSAD), órgão máximo da instituição, está nas mãos da Fundasp e de uma reitora ilegítima.

Passados 50 anos do golpe civil-militar, ainda sentimos os reflexos desse período, que em sua grande parte permitiram que um novo golpe fosse dado em 2012. E mais uma vez enfrentamos legados de um mandato ilegítimo e antidemocrático. Porém, pudemos ver a PUC-SP lutar novamente e mostrar as heranças da ditadura que fizeram e fazem essa Universidade ser grandiosa: nossa firmeza ideológica, política e revolucionária. Isso ninguém tira de nós, nem Erasmo Dias, nem Dom Odilo Scherer, nem Anna Cintra. A ‘’República Utópica da Monte Alegre’’ vive!






terça-feira, 18 de março de 2014

Ela

Eu a vi um dia, depois outro, outro e mais outro...
Sem cessar e sem entender o que se passava pela minha cabeça
Aí veio a noite e junto veio o sonho
Nem sei do que era feito, só sei que era feito de um rosto, o dela
Passei o domingo atormentada: ''Por quê?''
Hoje sentei, acendi um cigarro e senti gotas caindo no chão
Chão que ela pisava, correndo com um cigarro na mão
Senti vontade de ir atrás e dizer qualquer bobagem
Não fui, só queria parar de pensar em como a olhava diferente
Mas por que eu queria parar?
Por que é ''ela''? Por que sou ''ela'' também?
Não fazia sentido, não pra mim
Foi como um primeiro novo encanto, de novo
Já que era diferente, era ''ela''
Mas qual o problema? 
No fundo, podia nem ser ela, podia só ser elas
Várias, bonitas, inquietantes, só elas mesmas
Pessoas.



domingo, 9 de março de 2014